sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Sabores da Itália no Natal

sabores_da_Italia_no_Natal


De norte ao sul as delícias a serem aprecidas no dia do advento (1)...
Na época natalina são preparados doces  caseiros, artesanais  e industriais que acompanham as famílias italianas durante todas as festividades natalinas, e na qual a Itália possui uma vasta gama com uma ampla diferenciação por região, províncias e por fim comunes.  Basta dizer que o mesmo doce pode ter um nome diferente de um lugar para outro.

Vale a pena conhecer  essas deliciosas tradições por região:
sabores_da_Italia_no_Natal-“Buchteln”

Na Itália e precisamente  em Trentino Alto Adige  existe uma variedade muito grande de doces;  como  o  pão doce recheado com vários ingredientes, chamado de “Zelten” (que possui uma diferença entre o trentino e o altoatesino (proveniente do Alto Adige), o primeiro é mais simples contendo mais massa do que frutas secas),  o “Buchteln”, pão doce recheado com geleia, coberto com açúcar e baunilha.

Existem também os biscoitos, de origem alemã, típicos  do altoatesino(proveniente do Alto Adige) como o “lo Spitzbuben” e o “Lebkuchen”, no formato de NiKolaus e Krampus(3) (personagens típicos da tradição natalina alemã). Muitas vezes recheado de geléia e nozes.

Ainda no norte da Itália, não se pode deixar de mencionar o ancestral do panetone,  “il Mecoulin”, típico de Val D’aosta: um pão doce recheado com uvas passas.

Descendo encontramos doces de maior difusão que superam o caráter regional como, no Veneto, o “Pandoro di Verona”, ou, na Lombardia, o Panetone de origem milanesa (com a sua variante dita Veneziana, similar a um panetone mas sem uvas secas e confeitos)
O "Crescenzin" do Piemonte, pão preto enriquecido com manteiga, açúcar, uvas passas, nozes e mel, a algumas vezes figos secos.
sabores_da_Italia_no_natal_“Pandoro di Verona”


Descendo mais um pouco encontramos na Liguria o “Pandolce genovese”, que apresenta diversas variações como aquela da comune de Campomorone (dita Panmorone) com farinha de castanhas; o “Certosino” ou “Panspeziale” de Bologna, antigamente produzidos pelos farmacêuticos, na época chamados especiais, e depois dos frades de Certosino.

Na Emilia Romagna existe também o "Pampepato", típico de Ferrara, composto segundo a tradição de vários alimentos, com predominância do chocolate fundido, seja na massa como na cobertura externa, todavia nozes, amêndoas, canela e pimenta fazem parte dos sabores de base; existe também o "Pampepato" di origem ternana (Umbria) que se acrescenta a receita o “pinoli”.

A Toscana ao invés é a pátria do “Panforte”, de origem senese (Siena), composta de frutas cristalizadas, mel, açúcar e especiarias; mas o carro chefe desta região são os “Ricciarelli”; biscoitos macios, de forma oval,  cobertos com açúcar. 
sabores_da_Italia_no_natal_"Ricciarelli"

Prosseguindo em direção ao centro da Itália, encontramos, na Umbria, a “Rocciata di Assisi” doce de mel similar ao conhecido "strudel"; em Abruzzo, e precisamente, em Pescara, tem-se o "Parrozzo",  bom o suficiente para merecer elogios do poeta Gabriele D’AnnunzioAinda nesta região  descobrimos também o “Caggiunitti”: biscoitos recheados fritos.
 Na região de Marche no Natal se saboreia o “Frustingo”:  pão doce a base de farinha integral e frutas secas.

Descendo em direção ao Lazio encontramos o clássico “Pangiallo romano”, que remonta a época imperial, quando se distribuíam estes doces dourados, durante a festa do solstício de inverno, considerava-se de boa sorte para o retorno do sol. O “Pangiallo” possui uma crosta dourada que dá ao doce um brilho característico.
Sempre no Lazio no Natal há também o “Subiachini”, biscoitos utilizados para enfeitar as árvores de natal, e na parte sul da região costuma-se preparar “Zeppole”: pão frito passado no mel quente.
sabores_da_Italia-no_Natal_Pagiallo_romano

A Campania é a pátria dos biscoitos natalícios: nos dias do Advento(1), se pode degustar os “Susamielli”, em forma de “S”, misturado com mel; o mais conhecido o  “Mostaccioli” e o “Struffoli”; “Divinamorea” a base de “pan di spagna” coberto com glacê rosa, cujo nome deriva das freiras enclausuradas do “Divino Amore”; o duríssimo “Roccocò”, nome que deriva da palavra francesa rocaille e que significa concha, devido ao seu formato. No sul encontramos a “Cicirata” da Basilicata, doce composto de bolinhas fritas com mel e açúcar, o macio e amarelo panetone de milho de Molise, o “Turdilli”, pequenos cilindros de massa frita, passadas no mel, e o  “le Susumelle calabrese”, biscoitos cobertos com glacê e chocolate. Ainda na Calabria há também o “Mostaccioli” (na Puglia se chama “Mustazzoli”), biscoitos compostos de farinha, mel, frutas secas, frequentemente cobertos por uma camada de açúcar ou chocolate.
sabores_da_Italia_no_Natal_Struffoli

Indo em direção à Puglia se encontra uma vastíssima tradição de doces natalinos, entre eles o mais famoso é seguramente  o “Cartellate” (em dialeto “carteddate”) que, junto aos “Boconotti”, são originários de Foggia. Se trata de uma finíssima folha de massa composta de farinha, óleo e vinho branco; a massa é unida e envoltra entre si mesma formando uma espécie de rosa que depois é frita em abundante óleo. O nome “Boconotti” deriva do fato que esses doces são tão pequenos que podem ser comidos em uma "bocada" só.

A receita local prevê que os “le Cartellate” sejam embebidos em vinho ou mel, e depois polvilhados com canela, açúcar ou confeitos coloridos. Considerando-se as ilhas: na Sardegna, nesse período, se usa preparar o “Pani’ e saba” ("pan di sapa"), um doce antigo, chamado também de “povere” (pobre) porque originalmente era um simples pão feito com “la saba” (mosto cotto – mosto cozido), mosto é o suco, incluindo as cascas e bagas, produzido a partir do esmagamento da uva, hoje em dia vem enriquecido com diversos produtos locais, em primeiro lugar as frutas secas.

sabores_da_Italia_no_Natal_"le Cartellate"

Na Sicília, ao invés, no dia do Advento(1) é costume preparar e degustar o “Buccellatto”: uma rosca de “pasta frolla” – massa doce para tortas – recheada com figos secos, uva passa, amêndoas, raspas de laranja ou outros ingredientes que variam de acordo com o lugar onde é preparado. 

Entre os doces mais famosos: o Torrone

Seguramente o doce italiano mais difundido é o torrone que apresenta ao longo de toda Itália muitas variedades. 

Os principais tipos de torrones são: duro e macio. 

A variante advém de diversos fatores, começando pelo tempo de cozimento da massa, no caso do torrone duro pode chegar até 12 horas de cozimento, enquanto que o macio não supera 2 horas. 
Existem depois os tipos mandorlati (com amêndoas) e o nocciolati (com avelãs). 

Em Abruzzo é hábito inserir a massa também o chocolate. 
sabores_da_Italia_no_Natal_torrone

As principais cidades produtoras de torrones são Cremona e Benevento, todavia em outras regiões italianas a produção deste doce  é consolidada com diversas variações. 

Entre essas, vale a pena citar outras cidades produtoras como Cologna Veneta, que dá nome ao torrone “mandorlato di Cologna”, Ospedaletto d’Alpinolo, Alvito, Camerino, L’Aquila, Dentecane e Grottaminarda, onde o torrone se apropria do nome latino “cupeta”, Bagnara Calabra, Taurianova (famosa pela deliciosa produção artesanal). Tem-se ainda os torrones macios sardos, de Campidano di Logudoro e Barbagia, particularmente doce devido ao mel utilizado, mas privado de açúcar na massa, o que lhe dá uma cor branca marfim. 

Ainda na Sardegna, é costume adicionar ao torrone raspas de laranja ou de limão, óstias, pinoli e baunilha. 
sabores_da_Italia_no_Natal_croccante

Outra ilha, outra variante: si trata da “Cubaita”, o clássico torrone siciliano, produzido em Messina, enriquecido com pistache, mel e amêndoas, para um sabor único e cores vivas, em alguns casos mistura-se também gergelim. Existe também a variação mais moderna do torrone clássico, recoberto com chocolate e rechados com avelãs. 

Citemos enfim o “Croccante”, doce natalino, porém vendido ao longo do ano, especialmente em feiras e festividades: se trata de amêndoas ou avelãs picadas, cobertas com calda de açúcar. 


(1) Dia do Advento - (do latim Adventus: "chegada", do verbo Advenire: "chegar a") é o primeiro tempo do Ano Litúrgico, o qual antecede o Natal. Para os cristãos, é um tempo de preparação e alegria, de expectativa, onde os fiéis, esperando o Nascimento de Jesus Cristo, vivem o arrependimento e promovem a fraternidade e a Paz. No calendário religioso este tempo corresponde às quatro semanas que antecedem o Natal.



sábado, 1 de dezembro de 2012

Sabores da Itália - Província dell'Aquila - Abruzzo

Culinária
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"Spaghetti all chitarra"
Uma culinária simples e genuína é a testemunha da cultura camponesa de L'Aquila que faz muito uso de azeite e especiarias como açafrão e pimenta. O prato típico de Aquila é o “Spaghetti alla chitarra”, uma especialidade de tagliatelle cozido com molho abruzzese contendo vários tipos de carnes(vitelo, carne de porco, pato, frango, coelho e cordeiro). Outros pratos típicos de Aquila são:






“Gnocchetti al cacio e uova”

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"Gnocchetti al cacio e uova"


Gnocchetti com toucinho defumado, queijo e ovos. 










“Zuppa di ceci”

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"Zuppa di ceci"
É uma sopa de grão-de-bico com castanhas e alecrim. Uma sopa típica do outono, e que se faz com castanhas frescas. Mas é também um prato das tradições natalinas em várias regiões da Itália central, neste caso cozido com castanhas secas. É um prato pobre, cujas origens se perdem em um passado muito distante...de carvoeiros e lenhadores, por volta de 700... para a população da montanha frequentemente a produção de carvão representava a única possibilidade de sustento familiar, com a criação de animais e uma sofrida agricultura. Viver no bosque significava também abastecer-se de seus frutos... e a castanha era seguramente o seu símbolo.



“Zuppa di castagne”


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"Zuppa di castagne"


Sopa de castanhas com bacon, aipo, cenoura e acelga. 











“Pecora alla cottora”

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"Pecora alla cottora"


Como segundo prato encontramos entre as especialidades um guisado de ovelha chamado “pecora alla cottora”.










“Ndurciulline

Ndurciulline
"Ndurciulline"
Essa massa é característica do território que atravessa o antigo tratturo de Aquila-Foggia, também chamado de Tratturo Magno, na área entre Lanciano e Cupello (tratturo trata-se de um extenso  caminho gramado, com pedras ou terra batida, originado pela passagem e pisoteio do gado). Trata-se de uma massa fresca artesanal, a base de sêmola de trigo duro e farinha de trigo, de cor marfim fosco, cortada em spaghetti longo  e sutilmente retangular. Para ser degustado plenamente esse prato é servido com molho a base de carne de carneiro ou ovelha (embutidos preparados com uma mistura de ervas, alho, salsa, bacon ou banha), pedaços de tomates, óleo de oliva e especiarias diversas. Esse prato nasceu do encontro da cultura camponesa com a pastoral. A sua origem remonta a mais de um quarto de século e a receita foi transmitida oralmente pelos agricultores anciãos.  




Queijos

"Caciofiore aquilano"

Caciofiore-aquilano
"Caciofiore aquilano"
("Caciotta fiore") 
É um queijo mole, cru, produzido em toda a região de Abruzzo e em particular na região montanhosa da província de Aquila, obtido a partir do leite integral de ovelhas. É um “caciofiore”, assim chamado, porque é produzido usando o “fiore del latte”, isto é, a gordura do leite que aflora na superfície, a nata. Possui forma redonda, casca homogênea e macia que pode tornar-se amarelada caso tenha sido colocado açafrão ao leite, o tempo de maturação é de 10 a 15 dias.



"Cacioricotta aquilano"

Cacioricotta-aquilano
"Cacioricotta aquilano"
É um queijo produzido, de fevereiro a novembro, com leite de cabra de raças mistas alimentadas em pastagens, com a integração de ração. A área de produção deste queijo é a província de Aquila; sendo  muito renomada a área de produção da cidade Castelnuovo San Pio. Possui forma cilíndrica, de casca enrugada e macia,  de cor branca quando fresco enquanto no produto envelhecido possui coloração amarelo palha e consistência dura. 




"Canestrato di Castel del Monte"

"Canestrato di Castel del Monte"
É produzido no território do “Gran Sasso”, nas cidades de Barisciano, Calascio, Castel del Monte e Villa Santa Lucia. É um queijo de massa dura produzido com leite integral cru de ovelha, com inclusão de coalho e sal. Possui um aroma rico de fragrância ligada as essências espontâneas presentes nas pastagens e nas forragens utilizadas na alimentação das ovelhas, possuindo algumas vezes um sabor picante. 



"Caprino abruzzese"

Caprino-abruzzese
"Caprino abruzzese"
Em Abruzzo se produz dois tipos de queijo caprino, que diferem entre si pela diferença técnica de maturação utilizada, pelo aspecto e pela consistência: existe o caprino produzido na região de Farindola, na Província de Pescara, de massa cremosa e macia, que se esfarela facilmente e se consome fresco e o caprino produzido no Valle del Sagittario, em particular na região de Villalago, na Província de Aquila, maturado, de massa dura  que se difere do produto fresco por apresentar uma crosta sobre a superfície externa. É produzido com leite integral cru de cabra (eventualmente para deixa-lo mais consistente acrescenta-se um percentual mínimo de leite de ovelhas) coalho e sal.


"Pecorino d'Abruzzo"

Pecorino-d'Abruzzo"
"Pecorino d'Abruzzo"
O pecorino é um dos produtos símbolo de Abruzzo. É produzido nas regiões do “Parchi Nazionali” e “Parco Regionale del Sirente Velino”. É um queijo de massa dura ou semi-dura, magro, produzido com leite integral de ovelhas, coalho de origem animal (melhor de ovelhas ou de cabra) e sal.







"Pecorino marcetto o cacio marcetto"

Pecorino-marcetto-o-cacio-marcetto
"Pecorino marcetto"
A zona de maior produção é a de Castel del Monte, na Província Aquila. A característica organoléptica tem origem no desenvolvimento, durante o período de maturação do pecorino, de larvas de uma espécia de  mosca-do-queijo  chamada Piophila casei, mas esta característica não faz do marcetto um queijo perigoso do ponto de vista higiênico-sanitário. É produzido com leite integral de ovelhas, coalho (ou leite de figo) e sal. Durante a fase de maturação do pecorino, quando ainda está presente o soro, na forma ainda fresca ou   com a presença de rachaduras sobre a crosta pode ser atacado pelas moscas que depositam os ovos. Começa assim, um processo de degradação sobretudo das proteínas. Essa ação provoca a transformação da massa em forma cremosa e o desenvolvimento das características organolépticas típicas desse queijo. Quando o fenômeno afetou toda a massa, o creme é depositado em um recipiente de terracota ou de vidro e conservado na geladeira. Se apresenta como um queijo de cor branca creme ou mais escuro da qual o pecorino se deriva, de odor forte e penetrante.    

                                                                                      

Doces
Torrone_morbido
"Torrone morbido"


O doce típico da Provincia de Aquila é o “torrone mórbido”.








"Confetti di Sulmona"


Confetti di Sulmona
"Confetti di Sulmona"
A produção do "confetti di sulmona" é localizada exclusivamente no antiquíssimo centro peligno, na Província de Aquila. O confete típico é composto de um núcleo, “l’anima” ou alma da amendôa inteira e descascada, revestida de extrato de açúcar sobreposto por sucessivas banhaturas. A “l’anima” (alma) pode ser constituída por outros ingredientes (avelãs, canela, chocolate, confeitos variados, pistache e frutas secas) recobertas de extrato de açúcar ou chocolate. A forma e dimensão do confeito variam de acordo com a dimensão da alma, assim como o revestimento pode ser liso ou de superfície enrugada. A longa tradição que acompanha a produção do “confetti di sulmona” há origem antiquíssima e foi bem documentada com o passar dos séculos. A primeira descrição de fonte segura é o volume de relação comercial de Sulmona com outras cidades da Itália durante o século XIV, conservado no “l’archivio della SS.Annunziata in Sulmona”, onde são citadas caixas que continham os confetes. No século seguinte as notícias históricas tornaram-se mais numerosas e precisas. Numerosos são os documentos dos séculos XVI e XVII nos quais diversas autoridades da época, príncipes e bispos, agradecem ao Capítulo Diocesano de Sulmona a homenagem que receberam em confetes. Os confetes portanto, foram considerados um produto de luxo e valor. 


Vinhos
Entre os vinhos assinalamos o “Trebbiano D.O.C.” e o “Montepulciano d’AbruzzoD.O.C.”. 

domingo, 6 de maio de 2012

Sabores da Itália - Província de Chieti - Abruzzo

Culinária

Chieti é particularmente renomada pelo uso de legumes, verduras e carnes. Os pratos típicos são:

Coniglio alla chietina
Coniglio alla chietina
Coniglio alla chietina

Coelho a chietina, que vem aromatizado com alecrim e assado com manteiga e presunto.









Le turcenelle
“Le turcenelle”
"Le turcenelle"

Feito com miúdos e servido com molho picante de tomate.


 






"Pallotte cace e ove"
Pallotte cace e ove
Pallotte cace e ove
Almôndegas a base de queijo, miolo de pão, alho, salsinha e ovos, que substituem assim a carne, e que depois são cozidas no molho de tomate, é um prato típico do almoço de natal. 








"Pane di Cappelli"
Pane di Cappelli
Pane di Cappelli
A receita do “Pane di Cappelli” tem sido transmitida de pai pra filho, a décadas, desde 1930. É característico da Província de Chieti e é feito com farinha de grão duro típica das colinas de Abruzzo, água e sal dentre outros ingredientes. O “Pane di Cappelli” é conhecido por diversos nomes dialetais como “Filoncino di municarella”, “Coppietta”, “Pagnotta alta”, “Filone”, “Cuscino” e “Schirone”.



"Pane nobile di Guardiagrele"
Pane nobile di Guardiagrel
Pane nobile di
Guardiagrele
É um pão nobre cuja receita tem suas raízes na idade média. As áreas de produção são as colinas de “Bocca di Valle” e de “Guardiagrele”, na Província de Chieti. O pão é feito com uma mistura das farinhas de trigo, integral e de milho, aveia, cevada, centeio, gergelim, azeite extra virgem de oliva, queijo, água, sal, fermento e uma pequena quantidade de levedo de cerveja. A combinação desses ingredientes confere a esse antigo e nobre pão um aroma característico. Por ser um pão de longa duração era muito apreciado e consumido pela população das colinas que dedicavam-se ao trabalho em carvoarias, obrigados aos duros trabalhos  no bosque e longa ausência dos centros habitados. 




"Pizz’ e’ ffojie"

Pizz’ e’ ffojie
Pizz' e' ffojie
Difundida em toda a região, em particular na área frentano-sangrina da Provincia de Chieti, é uma das mais típicas preparações rurais que utilizavam matéria prima disponível em boa quantidade. É constituída de uma pizza de milho ou ‘randinije (que significa literalmente grão da Índia, porque foi importado das terras conquistadas por Cristóvão Colombo, inicialmente convencido de haver conquistado a Índia) acompanhada de folhas de chicória selvagem (“cascigni” ou “cacigni”), que florescem na primavera e são muito comum nos campos da Região de Abruzzo. Os ingredientes são brócolis ou repolho, farinha de milho, alho, pimenta seca, óleo extra virgem de oliva e sal. É um prato típico do “Valle del Sangro”, na Província de Chieti, nasceu da exigência de enriquecer de folhas de chicória selvagem ou “cascigni” a alimentação de quem se nutria só de milho que  colocava em risco a população de adoecer de Pelagra ( doença causada pela falta de vitaminas do grupo B, esta doença propagou-se na Europa por volta de 1700 quando a farinha de milho começou a substituir a farinha de trigo).



"Pizza scime"

Pizza scime
Pizza scime
Esta pizza, que de tempos remotos representa um substituto ao pão, tem a característica de ser  preparada sem o uso de fermento, testemunhando uma provável origem hebraica das numerosas comunidades estoricamente presentes em Abruzzo. Se apresenta como uma baixa focaccia branco-dourada feita com farinha, azeite extra virgem de oliva, sal e água. Algumas variantes da Pizza Scime substituem uma parte da  água por um copo de vinho branco. Em Roccascalegna, na Provincia de Chieti, a muitos anos os panifícios locais organizam no verão  “La sagra della pizza scime”, manifestação voltada a redescoberta do apreciado produto típico local.



"Le corde de le chiochie"
Le corde de le chiochie
Le corde de le chiochie
É um tipo de "Spaghetti alla chitarra", muito difundido nas montanhas e nas colinas da Região de Chieti. Essa massa é particularmente feita com água, farinha de trigo e clara de ovos. O molho que a companha a massa é feito com tomates,  carne de cordeiro ou composto de tres tipos de carnes (vaca, carneiro e porco).




"Sagne a pezze o tacconelle"
Sagne a pezze o tacconelle
Sagne a pezze 
É uma massa feita com sêmola de trigo, acompanhada de molho de tomates frescos picados, alho e óleo de oliva, podendo conter ainda feijão, grão-de-bico ou favas frescas com toucinho de porco. 




"Scapece"
Scapece
Scapece
O prato típico do litoral é o “Scapece” – peixe frito e conservado no azeite depois de ser polvilhado de açafrão di Navelli.






Zuppa di cardi
Zuppa di cardi
Zuppa di cardi
Sopa com caldo de vegetais, queijo parmesão e pecorino, pão caseiro e limão.




Queijos
"Caciocavallo abruzzese"
Caciocavallo abruzzese
Produto típico das Províncias de Chieti e L'Aquila. É um produto de massa compacta e suave, feito com leite integral cru, coalho e sal.



"Caciotta vaccina frentana"
Caciotta vaccina frentana
Caciotta vaccina frentana
Em dialeto local é chamado de “Casce d’vacc’, é um queijo semi-cozido, de massa semi-dura produzido com leite integral cru, coalho e sal. Possui uma crosta fina, de cor branca quando fresca e amarelo palha quando envelhecido.  O aroma é ligado à essência presente nas ervas dos pastos e nas forragens utilizadas na alimentação dos bovinos. 


"Scamorza abruzzese"
Scamorza abruzzese
Scamorza abruzzese
É um queijo produzido com leite integral cru, coalho de vitelo, que pode ser em pó ou líquido, e sal. Possui massa uniforme, macia e ligeiramente elástica, aroma de leite fresco e sabor delicado de leite.




Doces
"Bocconotto di Castel Frentano"
Bocconotto di Castel Frentano
Bocconotto di
Castel Frentano
“Bocconotto de Castel Frentano”, chamado também de “Castellino”, é um doce típico da homônima cidade de Castel Frentano. Se trata de uma ‘Tartelletta” de massa macia preparada com óleo extra virgem de oliva e recheada com um creme  compacto a base de chocolate fundido, amêndoas e canela. A palavra “bocconotto” foi mencionada pela primeira vez no dicionário abruzzese de Domenico Bielli, em 1930, com a seguinte definição: “Buccunotte” docinho de formato redondo com recheio de mel, creme, chocolate, chantilly entre outros. As pouquíssimas informações históricas que se tem notícia colocam a origem deste doce nos primeiros anos de 1900. A tradição popular, ao invés, como retrata Enzo Giordano em seu livro “Il segno”, assinala a origem  entre o final de 1700 e início de 1800, quando foi difundido o cacau na Europa. 



"Cicerchiata"
Cicerchiata
Cicerchiata
É um doce típico de carnaval, cuja receita pode apresentar algumas variações, não só pelos ingredientes utilizados, mas também pelo preparo e formato. É forte na cultura alimentar abruzzese sobretudo na região de Sangro, onde o setor de apicultura é extremamente desenvolvido com produção de mel de alta qualidade. É composta de bolinhas douradas de massa frita (chamadas de “cicerchie” porque lembram a forma desta variedade de grão) ligadas com mel e decoradas com amêndoas torradas e trituradas.





"Fiadone dolce"
Fiadone dolce
Fiadone dolce
Muito difundido na região interna de Abruzzo, o “Fiadone dolce” possui diferenças peculiares de região para região. Por exemplo, em Gessopalena, na Província de Chieti, existe uma particular e deliciosíssima versão, ideal para ser servida no final da refeição. É feito com queijo fresco “Canestrato”, ovos e aromatizantes. O nome “Fiadone” derivaria, segundo a versão mais acreditada (Panzini), de “flan” – palavra proveniente do baixo latino “Flado”, derivado do germânico “Fladen”, que significa inchado. Sua origem ressaltam aos tempos de Messiburgo, contemporâneo de Ariosto, da corte de Ferrara. 



"Lingue di suocera"
Lingue di suocera
Lingue di suocera
Se trata de um pequeno doce muito conhecido na Provincia de Chieti. É feito com amêndoas, farinha de trigo, açúcar, chocolate fundido, manteiga, anis, grappa e baunilha. 







"Pizzelle" (Ferratelle, Nevole, Neole, Cancellate)
Pizzelle
Pizzelle
Pizzele são difundidadas em toda a região de Abruzzo, também entre as diversas localidades de maior produção se verifica uma certa diversificação devido sobretudo a consistência da massa e dos ingredientes para aromatizá-la (limão e anis). É conhecida por diferentes nomes, entre eles “neole”, “nevole” – na cidade de Ortona, “Ferratele” ou “Cancellate”.  Trata-se de uma calda assada em uma forma de ferro apropriada, ligeiramente cavada, e assinalada com pequenos quadrados ou diamantes, dando ao produto uma forma característica, em geral quadrada. A receita é muito simples, feita com clara de ovos em neve, gemas, óleo extra virgem de oliva, açúcar e raspas de limão. Não se sabe a origem deste doce, mas a tradição de forjar o “ferro” com o centro impresso com o brasão da família ou as iniciais do proprietário e do outro lado a data de fabricação, permite afirmar que no final de 1700, início de 1800, as formas  para a confecção dos “Pizzeli” eram largamente presentes nas famílias de Abruzzo. Tradicionalmente os “Pizzeli” eram típicos doces matrimoniais que eram preparados e oferecidos a todos os convidados quando visitavam e levavam presentes aos noivos, mas a preparação deste doce foi estendida sucessivamente a todas a festas sejam religiosas ou civil. 



"Serpentone di Fara Filorum Petri´ "
Serpentone di Fara Filorum Petri´
Serpentone di Fara
Filorum Petri´
Típico doce da cidade de “Fara Filiorum Petri” na Provícia de Chieti”, o “Serpentone” que localmente é chamado de “Lu serpendone”, antigamente era preparado para coincidir com o abate do porco, já que se utilizava sangue fresco no seu preparo. Atualmente é preparado em ocasião da Festa de Santo Antonio, em 17 de janeiro. Na noite que precede a Fara(nome de evidente origem lombarda) são acesas as famosas “farchie” – altíssimos feixes de bambú, preparados por diversos “contrade”, que são deixados queimar a noite inteira em memória ao milagre do santo que salvou a cidade da invasão dos franceses em 1799. O nome  “Serpentone” tem origem no seu formato similar a uma cobra enrolada em torno de si. Existe duas variações para esse doce: a primeira, com a superfície clara coberta com claras de ovos e açúcar, e a segunda, escura e  coberta com chocolate. Os ingredientes para o preparo são ovos, farinha, óleo extra virgem de oliva, vinho branco e açúcar para fazer a cobertura. Hoje não é utilizado mais sangue fresco de porco no preparo, o mesmo foi substituído por geléia de uva, chocolate, nozes, amêndoas, mosto cotto – bebida típica abruzzese, raspas de frutas cítricas e aromas naturais. 




"Sfogliatella di Lama" ("sfuiatell")

Sfogliatella di Lama
Sfogliatella di Lama

A região de produção típica da “Sfogliatella di Lama” é a cidade de “Lama dei Peligni”, na Província de Chieti, e a produção desse doce é confinada a essa cidade, provavelmente pelo preparo ser muito complexo. A Sfogliatella apresenta uma forma oval e, como o nome sugere, a massa que envolve o recheio tem muitas camadas que dão ao doce um aspecto particular e atraente. A massa externa esconde um recheio delicioso feito com geléias de uva e amarena – variedade de cereja selvagem e ácida, mosto cotto – bebida típica abruzzese, nozes e cacau, ingredientes esses que dão ao conjunto um perfume irresistível e ao mesmo tempo conservam a maciez do doce por longo tempo. A origem da “Sfogliatella di Lama”  remontam os últimos anos de 1800, quando, uma nobre senhora de Santa Maria Capua Vetere, Francesca D’Antona, pede para a nora, Anna di Guglielmo, a receita da Sfogliatella napolitana já que a mesma tinha vivido na região da Campania antes de se mudar para Lama. A receita foi substancialmente modificada por Anna di Guglielmo, que pensou em adaptá-la ao seu paladar, mas provavelmente também devido a disponibilidade de ingredientes na região. 


"Sise delle monache"

Sise delle monache
Sise delle monache

Chamado também de “Tre Monti”, é produzido exclusivamente na cidade de Guardiagrele, na Provincia de Chieti. O doce de massa fresca é composto de duas camadas do “Pan di Spagna”  - feito com farinha, ovos e açúcar intercalados com um creme a base de leite fresco, ovos, farinha, açúcar e limão. Esta especiaria foi criada em 1884  pelo confeiteiro Giuseppe Palmerio.




"Svivitella"

Svivitella
Svivitella

A “Svivitella”  representou por muitas gerações uma refeição rápida nutriente e ao mesmo tempo dietética, o clássico “spezzafame” (para matar a fome) se degusta no café da manhã com leite, ou na metade da jornada, banhado com vinho. Os ingredientes utilizados no preparo são farinha, manteiga, ovos, açúcar, fermento, baunilha, leite e raspas de limão. Na tradição rural a “Svivitella” era preparada sobre tudo no período da colheita, quando o duro trabalho era intercalado com refeições. A “Svivitella” era servida durante a tarde no intervalo da colheita. 




"Torrone di Guardiagrele"

Torrone di Guardiagrele
Torrone di Guardiagrele

É produzido exclusivamente em Guardiagrele, na Província de Chieti, se trata propriamente de um crocante, feito com amêndoas inteiras tostadas misturadas com açúcar, canela e frutas cristalizadas. 




Vinhos
Dentre os vinhos DOC encontramos o tradicional “Trebbiano” D.O.C. e o “Montepulciano d’Abruzzo” D.O.C.

Sabores da Itália - Abruzzo

 Sabores de Abruzzo

Spaghetti-alla-chitarra
Spaghetti alla chitarra
A cozinha abruzzese é caracterizada pelo largo uso de pimenta e açafrão que são exportadas para o mundo todo.  O prato regional mais famoso é “Spaghetti alla chitarra”, a origem do nome vem da forma como é feita a massa, o tempero é a base de tomate seja em um ensopado ou em um simples molho.










Burrelle
Burrelle
No interior se encontram muitos pratos a base de legumes e verduras, mas também são muito apreciados os pratos a base de carne como de cordeiro, coelho e cabrito. Há também uma grande variedade de salames e queijos entre eles o famoso “burrelle”.







Brodetto
Brodetto
Na costa pode-se apreciar as especialidades marítimas, como o famoso “Brodetto” – uma sopa de peixe muito saborosa.









Parrozzo
Parrozzo
Um dos doces típicos é o “Parrozzo”, feito com farinha e amêndoas e coberto com chocolate. Entre os vinhos brancos encontramos o “Trebbiano” e o “Controguerra” e entre os tintos o famoso “Montepulciano d’Abruzzo” com a sua típica cor vermelho cereja e por esta característica também é chamado de “Cerasuolo”.


Fonte: Giraitalia