quinta-feira, 23 de outubro de 2014
sexta-feira, 19 de julho de 2013
Panzanella, um breve relato sobre a sua origem e história.
Não dá para começar a falar sobre a história deste prato sem lembrar o seu berço, sua região de origem. Melhor! Vou falar um pouco sobre a “minha” relação com a Itália.
Desde garoto eu sempre admirei o amor, a
paixão e o entusiasmo pela comida, pela família e pela vida que todo italiano
possui, não importando sua origem, ou quão rico ou pobre possa ser. Eu sempre
começo meus relatos falando sobre isso. Meus pais e avós me ensinaram a valorizar
todos os momentos com a família ao redor de uma boa e farta mesa. E é isso, sob
o meu ponto de vista, que é apaixonante nos costumes do povo italiano.
A Itália é um país cheio de regionalismos...
ou melhor, não sei bem se esse termo existe ou se pode ser usado, mas vou me
permitir esse sacrilégio com a língua portuguesa pois, só assim me farei
entender. A Itália é um país cheio de “vilarismos”! É isso mesmo... É
comum ouvir e ver as calorosas discussões sobre a origem e “paternidade” de um
determinado prato. E mais... Também é comum presenciar discussões sobre quem o
faz da melhor maneira.
Assim é a Itália... um país que uniu a pouco
mais de 150 anos mais de 20 regiões distintas, mas que eram unidas por uma
cultura regional e hábitos únicos no planeta. Porém, para nossa alegria, toda
essa cultura se espalhou pelo mundo. Em especial para cá, para o “nosso”
Brasil.
Quem não tem sua origem familiar na velha
bota tem, ao menos, algum conhecido ou vizinho ou amigo com fortes ligações com
este país. Daí, importamos a boa e velha mania dos italianos... Discutir sobre
origens e maneiras de preparar seus tesouros gastronômicos.
Aqui no Brasil temos duas vertentes sobre a
colonização italiana. O povo que veio para cá e ficou na região de São Paulo e
o povo, desbravador e pioneiro que seguiu viagem para o sul do nosso país. Os
meus parentes, particularmente, ficaram por aqui vindos da Sicilia. E fazem
parte da historia da colonização paulista. Das torrefações de café, das
produções de embutidos, e até do vinho. Aqui sua cozinha é a que conhecemos
bem! Massas dos mais variados cortes, molhos de preparo rebuscado e metódico,
pizzas com recheios super variados, antepastos, Mooca, Festa de San Genaro,
Nsa. Achiropitta, etc, etc, etc...
Para o sul do país, foram os italianos colonizadores,
responsáveis pela garantia da fixação das nossas fronteiras. Esse povo trouxe
consigo uma gastronomia italiana diferente, mais rural e rica em subjetividades. Uma
gastronomia diferente da que foi difundida mundo a fora. E este tema me
interessou muito. Fazendo com que eu fosse buscar suas origens históricas e
culturais.
Foi então, a partir deste ponto, que eu
comecei minhas pesquisas. E, apesar de ser um “oriundi siciliano”, fui buscar
na região central da Itália (Abruzzo, Marche, Úmbria, Toscana) minha primeira
fonte de pesquisa.
Há uma palavra que define a cozinha do centro
da Itália: SIMPLICIDADE. A região guarda
o segredo de uma cozinha popular, de origem camponesa, com muitos traços
comuns. Marcada pelo uso abundante do azeite de oliva e das ervas aromáticas
frescas e especiarias (basilico (manjericão), hortelã, alecrim, sálvia,
erva-doce) com as quais combinam, em maior ou menor medida, alho e pimentas.
Aqui, neste ambiente rico de novidades e
inspiração, descobri a Panzanella. Prato que me dou o direito de chamar de “meu” hoje em dia... pois, como bom neto
de italiano, e cheio da razão dos pesquisadores, produzo da melhor maneira
possível sempre! A Panzanella traduz de
maneira simples tudo o que a cultura daquela terra pode oferecer para o
mundo... Pensando assim, posso considerá-la a embaixadora regional da Toscana.
Em minha pesquisa encontrei uma infinidade de
formas de preparar este prato. Mas quando vamos a fundo percebemos que esta que
eu apresento é a mais coerente em relação aos ingredientes utilizados. Todos de
produção local... sem influências de produtos de outras regiões. Para que isso fique claro vamos nos
transportar até a região e a época da minha pesquisa... Estou falando de algo
em torno de 100 ou 150 anos atrás.
A Itália passava por uma crise velada e que
graças ao Sr. Garibaldi, (Esse mesmo que você está pensando e que também passou
por terras tupiniquins! Lembra dele?) unificou-se e tornou-se o que conhecemos
hoje. Esta crise traz como conseqüência, problemas financeiros das mais
diversas ordens. E isso está diretamente relacionado aos hábitos alimentares
das famílias. Falo sobre uma região que, de certa maneira, em função da crise,
ficou isolada e teve que subsistir apenas com produtos locais. Produzidos,
claro, ali mesmo, em cada uma das propriedades, e de fácil armazenamento.
Azeite, pão, parmesão, tomates, basilico (manjericão), pimentas.
E esta é a cena onde este, agora “nosso”
prato foi criado. Assim como outros grandes ícones da gastronomia, foi
construído a partir da necessidade humana de subsistir.
Daí, concluo que não é possível dar um “Pai”
ou uma “Mãe” para esse prato. Ele é sim fruto de um contexto, de uma situação.
Lógico que alguma pessoa o criou, talvez até de maneira diferente desta que eu
apresento. Mas isso se perdeu no tempo e hoje é patrimônio publico. Nessa mesma
linha eu posso citar o Ratatoille da França e a nossa boa e velha feijoada.
Alguém sabe e pode me dizer o nome do autor destas receitas?
Espero que este texto possa abrir caminho
para discussões inflamadas a respeito da origem das “comidas” de varias outras
regiões da Itália e até do mundo. É assim que eu penso e é esta a razão que faz
com que as coisas evoluam. O processo de criação de um bom Chef deve passar,
invariavelmente, pela história da formação de povos e países. Dessa forma fica
mais fácil entender nosso mundo e nossas predileções e é por isso que anuncio
que em outubro, eu e a Mi Piace! Tours – Events vamos levar um grupo de 16
felizardos para a Itália.
Vamos em busca do que existe de melhor na Gastronomia Italiana. Nessa viagem veremos de perto como e onde são produzidos os melhores presuntos, queijos e vinhos. Vamos participar, com total exclusividade, do ritual da “Caça ao Tartufo Bianco” acompanhados de um dos maiores especialistas do assunto.
O Chef Alex Caputo foi criado em meio as panelas e fogões e direcionou sua vida à gastronomia, sempre focando a sua atenção e estudos na autêntica gastronomia Italiana.
Durante a sua trajetória, participou de diversos programas de TV, revistas e rádio e recebeu o titulo de “Chef do Ano 2012” pela Soberana Ordem do Mérito da Gastronomia da Academia Brasileira de Honrarias ao Mérito e o titulo de “Cidadão Cilentano” oferecido pela Comune de Santa Maria de Castellabate/Itália em 2011.
Atualmente é membro da WACS - (World Association of Chefs Societies) e além de organizar grandes banquetes por todo Brasil e ministrar aulas nas principais escolas de gastronomia de São Paulo, como a Spicy e o Atelier Gormand.
O Chef Alex Caputo foi criado em meio as panelas e fogões e direcionou sua vida à gastronomia, sempre focando a sua atenção e estudos na autêntica gastronomia Italiana.
Durante a sua trajetória, participou de diversos programas de TV, revistas e rádio e recebeu o titulo de “Chef do Ano 2012” pela Soberana Ordem do Mérito da Gastronomia da Academia Brasileira de Honrarias ao Mérito e o titulo de “Cidadão Cilentano” oferecido pela Comune de Santa Maria de Castellabate/Itália em 2011.
Atualmente é membro da WACS - (World Association of Chefs Societies) e além de organizar grandes banquetes por todo Brasil e ministrar aulas nas principais escolas de gastronomia de São Paulo, como a Spicy e o Atelier Gormand.
Reserve sua vaga:
Email: contato@caminhosdaitalia.com.br
PANZANELLA
Receita típica da região da Toscana
Ingredientes:
- 1 pão italiano (amanhecidos)
- 300g de tomates bem maduros (cortado em cubos pequenos)
- 1 maço de manjericão
- 1 pimenta fresca
- 1 pimentão vermelho (sem pele e sementes)
- 1 pimentão amarelo (sem pele e sementes)
- Sal à gosto
- 1 cebola roxa cortada em fatias finas
- 250ml de azeite extra-virgem (da melhor qualidade que você encontrar)
- 150g de queijo parmesão ralado
Modo de preparo: Rasgue os pães em pedaços pequenos, tempere com azeite, sal e pimenta e leve ao forno por alguns minutos, torrando levemente.Reserve em uma tigela grande.Em outro recipiente, acrescente os cubos de tomate fresco, as folhas do manjericão, o pimentão vermelho e amarelo, cortados em tiras, a cebola roxa e a pimenta fresca, sem as sementes, cortada finamente. Tempere com o sal, queijo e o azeite. Reserve por 10 minutos. Após, adicione o molho ao pão picado e misture com suavidade.
Decore com uma flor de manjericão ou um galho de alecrim e sirva.
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
Sabores da Itália no Natal
De norte ao sul as delícias a serem aprecidas no dia do
advento (1)...
Na época natalina são preparados doces caseiros, artesanais e industriais que acompanham as famílias
italianas durante todas as festividades natalinas, e na qual a Itália possui
uma vasta gama com uma ampla diferenciação por região, províncias e por fim
comunes. Basta dizer que o mesmo doce pode ter um nome diferente de
um lugar para outro.
Vale a pena conhecer
essas deliciosas tradições por região:
Na Itália e precisamente em Trentino Alto Adige existe uma
variedade muito grande de doces;
como o pão doce recheado com vários ingredientes, chamado de “Zelten” (que possui uma diferença entre o trentino e o altoatesino
(proveniente do Alto Adige), o primeiro
é mais simples contendo mais massa do que frutas secas), o “Buchteln”, pão doce recheado com
geleia, coberto com açúcar e baunilha.
Existem também os biscoitos, de origem alemã, típicos do altoatesino(proveniente do Alto Adige) como o “lo Spitzbuben” e o “Lebkuchen”, no formato de NiKolaus e Krampus(3) (personagens típicos da tradição natalina alemã).
Muitas vezes recheado de geléia e nozes.
Ainda no norte da Itália, não se pode deixar de mencionar o
ancestral do panetone, “il Mecoulin”,
típico de Val D’aosta: um pão doce recheado com uvas passas.
Descendo encontramos doces de maior difusão que superam o
caráter regional como, no Veneto, o “Pandoro di Verona”, ou, na Lombardia, o Panetone
de origem milanesa (com a sua variante dita Veneziana, similar a um panetone mas
sem uvas secas e confeitos)
O "Crescenzin" do Piemonte, pão preto enriquecido com
manteiga, açúcar, uvas passas, nozes e mel, a algumas vezes figos secos.
Descendo mais um pouco encontramos na Liguria o “Pandolce
genovese”, que apresenta diversas variações como aquela da comune de
Campomorone (dita Panmorone) com farinha de castanhas; o “Certosino” ou
“Panspeziale” de Bologna, antigamente produzidos pelos farmacêuticos, na época
chamados especiais, e depois dos frades de Certosino.
Na Emilia Romagna existe também o "Pampepato", típico de
Ferrara, composto segundo a tradição de vários alimentos, com predominância do
chocolate fundido, seja na massa como na cobertura externa, todavia nozes,
amêndoas, canela e pimenta fazem parte dos sabores de base; existe também o "Pampepato" di origem ternana (Umbria) que se acrescenta a receita o “pinoli”.
A Toscana ao invés é a pátria do “Panforte”, de origem
senese (Siena), composta de frutas cristalizadas, mel, açúcar e especiarias;
mas o carro chefe desta região são os “Ricciarelli”; biscoitos macios, de forma
oval, cobertos com açúcar.
Prosseguindo
em direção ao centro da Itália, encontramos, na Umbria, a “Rocciata di Assisi”
doce de mel similar ao conhecido "strudel"; em Abruzzo, e precisamente, em
Pescara, tem-se o "Parrozzo", bom o
suficiente para merecer elogios do poeta Gabriele D’Annunzio. Ainda nesta região
descobrimos também o “Caggiunitti”: biscoitos recheados fritos.
Descendo em direção ao Lazio encontramos o clássico
“Pangiallo romano”, que remonta a época imperial, quando se distribuíam estes
doces dourados, durante a festa do solstício de inverno, considerava-se de boa
sorte para o retorno do sol. O “Pangiallo” possui uma crosta dourada que dá ao
doce um brilho característico.
Sempre no Lazio no Natal há também o “Subiachini”, biscoitos
utilizados para enfeitar as árvores de natal, e na parte sul da região
costuma-se preparar “Zeppole”: pão frito passado no mel quente.
A Campania é a pátria dos biscoitos natalícios: nos dias do
Advento(1), se pode degustar os “Susamielli”, em forma de “S”, misturado com mel; o
mais conhecido o “Mostaccioli” e o “Struffoli”; “Divinamorea” a base de “pan di
spagna” coberto com glacê rosa, cujo nome deriva das freiras enclausuradas do
“Divino Amore”; o duríssimo “Roccocò”, nome que deriva da palavra francesa rocaille e que significa concha, devido ao seu formato. No sul encontramos a “Cicirata” da Basilicata, doce composto de
bolinhas fritas com mel e açúcar, o macio e amarelo panetone de milho de
Molise, o “Turdilli”, pequenos cilindros de massa frita, passadas no mel, e o “le Susumelle calabrese”, biscoitos cobertos com glacê e chocolate. Ainda na Calabria há também o “Mostaccioli” (na Puglia se chama “Mustazzoli”), biscoitos
compostos de farinha, mel, frutas secas, frequentemente cobertos por uma camada
de açúcar ou chocolate.
Indo em direção à Puglia se encontra uma vastíssima tradição
de doces natalinos, entre eles o mais famoso é seguramente o “Cartellate” (em dialeto “carteddate”) que,
junto aos “Boconotti”, são originários de Foggia. Se trata de uma finíssima
folha de massa composta de farinha, óleo e vinho branco; a massa é unida e envoltra entre si mesma formando uma espécie de rosa que depois é frita em
abundante óleo. O nome “Boconotti” deriva do fato que esses doces são tão pequenos
que podem ser comidos em uma "bocada" só.
A receita local prevê que os “le Cartellate” sejam embebidos em vinho ou mel, e depois polvilhados com canela, açúcar ou confeitos coloridos. Considerando-se as ilhas: na Sardegna, nesse período, se usa preparar o “Pani’ e saba” ("pan di sapa"), um doce antigo, chamado também de “povere” (pobre) porque originalmente era um simples pão feito com “la saba” (mosto cotto – mosto cozido), mosto é o suco, incluindo as cascas e bagas, produzido a partir do esmagamento da uva, hoje em dia vem enriquecido com diversos produtos locais, em primeiro lugar as frutas secas.
Na Sicília, ao invés, no dia do Advento(1) é costume preparar e degustar o “Buccellatto”: uma rosca de “pasta frolla” – massa doce para tortas – recheada com figos secos, uva passa, amêndoas, raspas de laranja ou outros ingredientes que variam de acordo com o lugar onde é preparado.
Entre os doces mais famosos: o Torrone
Seguramente o doce italiano mais difundido é o torrone que apresenta ao longo de toda Itália muitas variedades.
Os principais tipos de torrones são: duro e macio.
A variante advém de diversos fatores, começando pelo tempo de cozimento da massa, no caso do torrone duro pode chegar até 12 horas de cozimento, enquanto que o macio não supera 2 horas.
Existem depois os tipos mandorlati (com amêndoas) e o nocciolati (com avelãs).
Em Abruzzo é hábito inserir a massa também o chocolate.
As principais cidades produtoras de torrones são Cremona e Benevento, todavia em outras regiões italianas a produção deste doce é consolidada com diversas variações.
Entre essas, vale a pena citar outras cidades produtoras como Cologna Veneta, que dá nome ao torrone “mandorlato di Cologna”, Ospedaletto d’Alpinolo, Alvito, Camerino, L’Aquila, Dentecane e Grottaminarda, onde o torrone se apropria do nome latino “cupeta”, Bagnara Calabra, Taurianova (famosa pela deliciosa produção artesanal). Tem-se ainda os torrones macios sardos, de Campidano di Logudoro e Barbagia, particularmente doce devido ao mel utilizado, mas privado de açúcar na massa, o que lhe dá uma cor branca marfim.
Ainda na Sardegna, é costume adicionar ao torrone raspas de laranja ou de limão, óstias, pinoli e baunilha.
Outra ilha, outra variante: si trata da “Cubaita”, o clássico torrone siciliano, produzido em Messina, enriquecido com pistache, mel e amêndoas, para um sabor único e cores vivas, em alguns casos mistura-se também gergelim. Existe também a variação mais moderna do torrone clássico, recoberto com chocolate e rechados com avelãs.
Citemos enfim o “Croccante”, doce natalino, porém vendido ao longo do ano, especialmente em feiras e festividades: se trata de amêndoas ou avelãs picadas, cobertas com calda de açúcar.
(1) Dia do Advento - (do latim Adventus: "chegada", do verbo Advenire: "chegar a") é o primeiro tempo do Ano Litúrgico, o qual antecede o Natal. Para os cristãos, é um tempo de preparação e alegria, de expectativa, onde os fiéis, esperando o Nascimento de Jesus Cristo, vivem o arrependimento e promovem a fraternidade e a Paz. No calendário religioso este tempo corresponde às quatro semanas que antecedem o Natal.
sábado, 1 de dezembro de 2012
Sabores da Itália - Província dell'Aquila - Abruzzo
"Spaghetti all chitarra" |
Uma culinária simples e genuína é a testemunha da cultura camponesa de L'Aquila que faz muito uso de azeite e especiarias como açafrão e pimenta. O prato típico de Aquila é o “Spaghetti alla chitarra”, uma especialidade de tagliatelle cozido com molho abruzzese contendo vários tipos de carnes(vitelo, carne de porco, pato, frango, coelho e cordeiro). Outros pratos típicos de Aquila são:
“Gnocchetti al cacio e uova”
"Gnocchetti al cacio e uova" |
Gnocchetti com toucinho defumado, queijo e ovos.
“Zuppa di ceci”
"Zuppa di ceci" |
“Zuppa di castagne”
"Zuppa di castagne" |
Sopa de castanhas com bacon, aipo, cenoura e acelga.
“Pecora alla cottora”
"Pecora alla cottora" |
Como segundo prato encontramos entre as especialidades um guisado de ovelha chamado “pecora alla cottora”.
“Ndurciulline”
"Ndurciulline" |
Essa massa é característica do território que
atravessa o antigo tratturo de Aquila-Foggia, também chamado de Tratturo
Magno, na área entre Lanciano e Cupello (tratturo trata-se de um extenso caminho gramado, com pedras ou terra batida,
originado pela passagem e pisoteio do gado). Trata-se de uma massa fresca
artesanal, a base de sêmola de trigo duro e farinha de trigo, de cor marfim
fosco, cortada em spaghetti longo e sutilmente
retangular. Para ser degustado plenamente esse prato é servido com molho a base
de carne de carneiro ou ovelha (embutidos preparados com uma mistura de ervas,
alho, salsa, bacon ou banha), pedaços de tomates, óleo de oliva e especiarias
diversas. Esse prato nasceu do encontro da cultura camponesa com a pastoral. A sua
origem remonta a mais de um quarto de século e a receita foi transmitida oralmente
pelos agricultores anciãos.
Queijos
"Caciofiore aquilano"
"Caciofiore aquilano" |
É um queijo mole, cru, produzido em toda a região de Abruzzo e em particular na região montanhosa da província de Aquila, obtido a partir do leite integral de ovelhas. É um “caciofiore”, assim chamado, porque é produzido usando o “fiore del latte”, isto é, a gordura do leite que aflora na superfície, a nata. Possui forma redonda, casca homogênea e macia que pode tornar-se amarelada caso tenha sido colocado açafrão ao leite, o tempo de maturação é de 10 a 15 dias.
"Cacioricotta aquilano"
"Cacioricotta aquilano" |
É um queijo produzido, de fevereiro a novembro, com leite de cabra de raças mistas alimentadas em pastagens, com a integração de ração.
A área de produção deste queijo é a província de Aquila; sendo muito renomada a área de produção da cidade
Castelnuovo San Pio. Possui forma cilíndrica, de casca enrugada e macia, de cor branca quando fresco enquanto no
produto envelhecido possui coloração amarelo palha e consistência dura.
"Canestrato di Castel del Monte"
"Canestrato di Castel del Monte" |
É
produzido no território do “Gran Sasso”, nas cidades de Barisciano, Calascio,
Castel del Monte e Villa Santa Lucia. É um queijo de massa dura produzido com
leite integral cru de ovelha, com inclusão de coalho e sal. Possui um aroma
rico de fragrância ligada as essências espontâneas presentes nas pastagens e
nas forragens utilizadas na alimentação das ovelhas, possuindo algumas vezes um
sabor picante.
"Caprino abruzzese"
"Caprino abruzzese" |
Em Abruzzo se produz dois tipos de queijo
caprino, que diferem entre si pela diferença técnica de maturação utilizada,
pelo aspecto e pela consistência: existe o caprino produzido na região de
Farindola, na Província de Pescara, de massa cremosa e macia, que se esfarela
facilmente e se consome fresco e o caprino produzido no Valle del Sagittario,
em particular na região de Villalago, na Província de Aquila, maturado, de
massa dura que se difere do produto
fresco por apresentar uma crosta sobre a superfície externa. É produzido com
leite integral cru de cabra (eventualmente para deixa-lo mais consistente
acrescenta-se um percentual mínimo de leite de ovelhas) coalho e sal.
"Pecorino d'Abruzzo"
"Pecorino d'Abruzzo" |
O pecorino é um dos produtos símbolo de
Abruzzo. É produzido nas regiões do “Parchi Nazionali” e “Parco Regionale del
Sirente Velino”. É um queijo de massa dura ou semi-dura, magro, produzido com
leite integral de ovelhas, coalho de origem animal (melhor de ovelhas ou de
cabra) e sal.
"Pecorino marcetto o cacio marcetto"
"Pecorino marcetto" |
A zona de maior produção é a de Castel del
Monte, na Província Aquila. A característica organoléptica tem origem no
desenvolvimento, durante o período de maturação do pecorino, de larvas de uma
espécia de mosca-do-queijo chamada Piophila casei, mas esta
característica não faz do marcetto um queijo perigoso do ponto de vista
higiênico-sanitário. É produzido com leite integral de ovelhas, coalho (ou
leite de figo) e sal. Durante a fase de maturação do pecorino, quando ainda está
presente o soro, na forma ainda fresca ou
com a presença de rachaduras sobre a crosta pode ser atacado pelas
moscas que depositam os ovos. Começa assim, um processo de degradação sobretudo
das proteínas. Essa ação provoca a transformação da massa em forma cremosa e o
desenvolvimento das características organolépticas típicas desse queijo. Quando
o fenômeno afetou toda a massa, o creme é depositado em um recipiente de
terracota ou de vidro e conservado na geladeira. Se apresenta como um queijo de cor branca creme ou mais escuro da qual o
pecorino se deriva, de odor forte e penetrante.
Doces
O doce típico da Provincia de Aquila é o “torrone mórbido”.
A
produção do "confetti di sulmona" é localizada exclusivamente no antiquíssimo
centro peligno, na Província de Aquila. O confete típico é composto de um
núcleo, “l’anima” ou alma da amendôa inteira e descascada, revestida de extrato
de açúcar sobreposto por sucessivas banhaturas. A “l’anima” (alma) pode ser
constituída por outros ingredientes (avelãs, canela, chocolate, confeitos
variados, pistache e frutas secas) recobertas de extrato de açúcar ou
chocolate. A forma e dimensão do confeito variam de acordo com a dimensão da
alma, assim como o revestimento pode ser liso ou de superfície enrugada. A longa
tradição que acompanha a produção do “confetti di sulmona” há origem
antiquíssima e foi bem documentada com o passar dos séculos. A primeira
descrição de fonte segura é o volume de relação comercial de Sulmona com outras
cidades da Itália durante o século XIV, conservado no “l’archivio della
SS.Annunziata in Sulmona”, onde são citadas caixas que continham os confetes. No século seguinte as notícias históricas
tornaram-se mais numerosas e precisas. Numerosos são os documentos dos séculos
XVI e XVII nos quais diversas autoridades da época, príncipes e bispos,
agradecem ao Capítulo Diocesano de Sulmona a homenagem que receberam em confetes. Os confetes portanto, foram considerados um produto de luxo e valor.
"Torrone morbido" |
O doce típico da Provincia de Aquila é o “torrone mórbido”.
"Confetti di Sulmona"
"Confetti di Sulmona" |
Vinhos
Entre os vinhos assinalamos o “Trebbiano
D.O.C.” e o “Montepulciano d’AbruzzoD.O.C.”.
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